greve dos caminhoneiros

Manifestantes bloqueiam RSC-287 em Restinga Sêca para cantar o hino nacional

Foto: Renan Mattos (Diário)
Manifestantes cantaram o hino nacional e riograndense durante o bloqueio realizado na tarde desta segunda-feira, na RSC-287, em Restinga Sêca

O oitavo dia de paralisação e protestos nas rodovias do país recebe, aos poucos, o apoio de outros setores. Mesmo com o anúncio feito pelo presidente Michel Temer, na noite de domingo, de que reduziria o preço do diesel em R$ 0,46 na bomba pelo prazo de 60 dias, os manifestantes não se desmobilizaram.  

Os caminhoneiros autônomos estão paralisados desde o dia 21 de maio. Na Região Central, já são pelos menos 12 pontos de manifestação em rodovias federais e estaduais. Em Restinga Sêca, o comércio fechou as portas na tarde desta segunda-feira e os comerciantes se juntaram aos caminhoneiros e agricultores que estão mobilizados às margens da RSC-287, na localidade de São Miguel, desde quinta-feira. O movimento era acompanhado de perto por uma viatura da Brigada Militar, que auxiliava no trânsito.

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- Ao longo da semana vamos decidir outras ações que vão ser tomadas em prol das manifestações nacionais. A classe dos caminhoneiros está muito sofrida. E esse sofrimento é transmitido para nós também, pois se mexem no combustível, mexem com toda a economia. Estão roubando o país e fazendo com que a gente pague essa conta - explica o presidente da Associação do Comércio e Indústria (ACI) do município, Cid Dotto.

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Por volta das 15h, os manifestantes interromperam a rodovia para cantarem o hino nacional e o hino do Rio Grande do Sul. O protesto teve a participação de cerca de 600 pessoas. Após, o trânsito foi liberado e o fluxo seguiu normalmente, com o convite aos outros caminhoneiros para aderirem à greve.

Foto: Renan Mattos (Diário)
O caminhoneiro autônomo Marcelo Beladona, 33 anos, afirma que a classe não vai recuar.

- Não fomos atendidos em nada. A medida que o Temer tomou é só pelo diesel, mas a gasolina não baixou. Essa resolução não resolve nada, na verdade, pois se aumentam o diesel, vão nos cobrar esse valor em outra ponta. Agora a pauta aumentou, temos o apoio de outras classes, que aderiram ao longo da semana. Nós só vamos sair quando o Temer cair. É hora de ninguém frouxar e de derrubar esse governo corrupto. O povo cansou de trabalhar só para pagar imposto para sustentar essa classe de políticos - comenta.

A causa também tem o apoio dos agricultores e produtores rurais, que levaram os tratores e máquinas agrícolas para o asfalto em forma de protesto.

- O governo resolveu o problema do óleo diesel para os caminhoneiros, e para os produtores? Nós também usamos gasolina e óleo diesel. Tem que resolver o problema de todo o país. A culpa é nossa que colocamos eles lá em Brasília, infelizmente. E a hora é agora de tirar eles de lá, seja como for. Está ruim para todo mundo. Nossa vida é uma engrenagem, onde se quebra um elo, todo mundo para, como aconteceu agora com a classe dos caminhoneiros. O consumidor compra o arroz a R$ 3 o quilo, mas nós vendemos a R$ 0,60, e ainda temos os gastos de produção. Tem alguém que consiga sobreviver com uma estrutura dessa? - indaga o agricultor Flávio Giuliani, 70 anos.

AULAS SUSPENSAS

A prefeitura de Restinga Sêca divulgou um comunicado em solidariedade ao protesto nacional dos caminhoneiros e demais classes e suspendeu as aulas na rede municipal e o transporte escolar oferecido pelo município até semana que vem, retornando ao funcionamento no dia 4 de junho. 

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